Foi Publicado a Nova Matriz Curricular do Ensino Médio. A Resolução SEDUC nº 156, de 28 de novembro de 2025, traz uma verdadeira reorganização na matriz curricular do Ensino Médio da rede estadual. A mudança, que passa a valer já em 2026, redefine cargas horárias, estrutura de aulas, itinerários formativos e até critérios de atribuição de aulas. Para quem é estudante, professor ou gestor, vale ficar de olho: essa reformulação mexe diretamente no planejamento das escolas e no trabalho docente.
A resolução foi construída para alinhar o Ensino Médio paulista às novas diretrizes da LDB, atualizada pela Lei nº 14.945/2024. Ou seja, é uma resposta às mudanças nacionais — mas com ajustes próprios do Estado de São Paulo. O foco central? Garantir uma formação mais consistente, organizada e com mais clareza na divisão entre Formação Geral Básica (FGB) e Itinerários Formativos (IF).
Como fica organizada a nova matriz curricular do Ensino Médio?
A partir de 2026, todas as escolas estaduais deverão seguir uma matriz estruturada em três séries anuais, com cargas horárias diferentes conforme o modelo de escola:
- Ensino Médio regular diurno
- Ensino Médio regular noturno
- Ensino Médio em tempo integral (PEI – 7h e 9h)
Em todos os modelos, o currículo se divide em:
Formação Geral Básica (FGB)
Composta pelos componentes tradicionais:
- Língua Portuguesa
- Redação e Leitura
- Língua Inglesa
- Arte
- Educação Física
- Matemática
- Educação Financeira
- Biologia, Física e Química
- Filosofia, Sociologia, Geografia e História
A FGB precisa totalizar 2.400 horas ao longo da etapa, exceto quando a escola oferecer Formação Técnica; nesse caso, 300 horas podem ser remanejadas.
✅ Itinerários Formativos (IF)
Com carga mínima de 600 horas, os itinerários estão divididos em:
- Linguagens + Ciências Humanas
- Matemática + Ciências da Natureza
- Formação Técnica e Profissional (em resolução própria)
Os IF podem incluir disciplinas como Projeto de Vida, Programação, Empreendedorismo, Atualidades, Liderança e Oratória, Práticas Experimentais, Robótica e aprofundamentos nas áreas.
Ensino Médio Diurno: o que muda?
O modelo diurno passa a ter:
- 1ª série: 100% Formação Geral Básica
- 2ª série: 900h FGB + 100h IF
- 3ª série: 500h FGB + 500h IF
São 30 aulas semanais, com aulas de 50 minutos.
Na prática, isso significa que os estudantes passam a ter mais contato com os itinerários a partir da 2ª série, intensificando na 3ª.
Ensino Médio Noturno: reforço de carga horária e ensino híbrido
O noturno ganhou uma reestruturação robusta. Agora, ele contará com:
- Aulas presenciais no turno
- Aulas presenciais no contraturno
- Aulas não presenciais mediadas por tecnologia (ensino híbrido)
A carga total da etapa chega a 3.133 horas — e parte desse tempo é cumprido com atividades online acompanhadas por um Professor Mediador, função detalhada na resolução.
Para muitos professores, essa mudança implica reorganização da rotina e possível ampliação do trabalho com plataformas digitais.
Ensino Integral PEI: mais aulas e mais aprofundamento
O PEI mantém seu formato ampliado, mas agora com:
- 35 aulas semanais (PEI-7)
- 40 aulas semanais (PEI-9)
A carga dos itinerários formativos cresce bastante nesse modelo, permitindo aprofundamentos em Linguagens, Ciências Humanas, Matemática, Ciências da Natureza e áreas técnicas.
Atribuição de Aulas: novas regras e formações prioritárias
Um dos pontos mais sensíveis para docentes está no Capítulo II da resolução. Agora:
- Componentes como Educação Financeira, Programação, Robótica, Empreendedorismo e Eletivas possuem formações específicas e prioritárias.
- Caso não haja professores com a formação ideal, abre-se a formação alternativa 1, depois a alternativa 2.
- Só em último caso a escola pode recorrer a docentes de outras áreas.
O Anexo IX d a resolução detalha tudo isso e será obrigatório para a atribuição de aulas.
Para muitos professores, essa regra define quem pode concorrer a quais aulas — e já muda a preparação para 2026.
Oferta dos Itinerários: escolas precisam garantir opções
A resolução determina que:
- Toda escola deve oferecer pelo menos dois itinerários das áreas de conhecimento.
- Exceções só acontecem quando não houver demanda estudantil suficiente.
- Se a escola tiver Formação Técnica, ela entra como terceira opção.
Isso exige planejamento interno e reorganização das equipes docentes.
Quando tudo começa?
Todas as mudanças entram em vigor já no início do ano letivo de 2026, revogando a Resolução SEDUC nº 84/2024.
Por que essa mudança importa?
A Resolução 156/2025 atualiza a estrutura do Ensino Médio paulista diante das mudanças nacionais, dá clareza aos itinerários, corrige problemas de carga horária e traz uma organização mais sólida tanto para os estudantes quanto para o planejamento das escolas.
Na prática, os alunos terão um currículo mais equilibrado e progressivo. Já os professores precisam se preparar para a atribuição de aulas com novas regras, possível uso ampliado de tecnologia e diferentes demandas pedagógicas.
É uma mudança grande — e 2026 promete ser um ano de adaptação intensa nas escolas da rede estadual.
Segue abaixo Matrizes Curriculares ensino médio 2026 para Escolas Estaduais de São Paulo: